[Vida] Três anos! Caminhar treze milhas de montanha!Autor: JEFFI CHAO HUI WU Data: 2025-07-07 Segunda-feira, às 15:19 ········································ [Vida] Três anos! Caminhar treze milhas de montanha! Há uma memória que nunca esqueci. Naquela época, eu tinha cerca de três anos, morava em uma aldeia remota nas montanhas, cercada por montanhas, e para entrar e sair era preciso caminhar. Naquele dia, minha mãe estava se sentindo muito mal, com o rosto pálido e poucas palavras. Lembro que ela ficou sentada ao lado da cama o dia todo, enxugando o suor com um lenço, com movimentos lentos e a respiração um pouco pesada. A aldeia montanhosa não tem médicos, não tem farmácias, e muito menos remédios para febre. Ela aguentou um dia, e seu corpo estava cada vez mais mal. À noite, ela finalmente tomou uma decisão: ir à cidade do condado para ver um médico. A cidade do condado fica a treze milhas da montanha. Já está escuro, papai não está aqui, não há telefone em casa e ninguém pode ajudar. Ela pensou um pouco, não podia me deixar sozinho em casa, então só podia me levar junto. Eu me lembro dela se agachando para me olhar, dizendo suavemente: “Hui'er, vamos procurar um médico.” Sua voz estava calma, mas eu sabia que ela estava mordendo os dentes para se segurar. Ela se envolveu bem apertada com o avental, pegou a lanterna que já estava velha, iluminou o caminho e voltou-se para segurar minha mão. Nós partimos. A estrada da montanha à noite era tão escura que não se via a própria mão, apenas a fraca lanterna que ela segurava, balançando a luz e iluminando a calçada de pedras a poucos passos à frente. Ao redor, tudo era negro, com o canto dos insetos ecoando de vez em quando. Lembro que naquela noite o vento estava especialmente frio, cortando o rosto como uma faca. Mamãe segurava minha mão com uma, enquanto com a outra segurava a lanterna, e nós caminhávamos passo a passo para frente. Não me lembro há quanto tempo andamos. Eu falei pela primeira vez, dizendo: “Mamãe, estou cansado.” Essa foi a única reclamação que fiz naquela noite. Ela não disse nada, parou, agachou-se para acariciar minha cabeça e olhou para os meus sapatos, dizendo: “Vamos andar mais um pouco, já estamos quase lá.” Eu não sei quão longe é "já chegou", mas eu não chorei, nem fiz manha. Eu apenas continuei seguindo-a. Depois, nós nos sentamos ao lado de uma grande pedra, ela tirou o casaco e o colocou em volta das minhas pernas, dizendo que o vento estava muito forte, para eu não ficar com frio. Ela mesma sentou-se na direção do vento, os lábios um pouco pálidos, mas não disse nada. Naquela noite, o céu estava especialmente escuro. Lembro-me de um trecho da estrada, onde podia ver ao longe algumas luzes azuladas e violetas no fundo do vale, como pontos de fogo flutuantes. Naquele momento, eu ainda não sabia o que era, mas sentia muito medo. Ela deu uma olhada, não disse nada, apenas segurou minha mão um pouco mais forte. Eu não chorei nem fiz escândalo. Apenas caminhei de cabeça baixa, seguindo ao lado dela. Ela já está muito fraca, eu consigo sentir. Suas mãos estão cada vez mais frias, seus passos cada vez mais lentos, mas ela nunca parou. Não sei do que ela tem medo, mas parece ter mais medo de cair e me deixar sozinha na montanha. Nós continuamos assim, caminhando. A noite se tornava cada vez mais profunda, o vento cada vez mais forte. Em cada subida e descida, eu segurava firme a mão dela. Ela quase caiu algumas vezes, com as pernas fraquejando, mas conseguiu se manter. Ela não disse nada, nem reclamou, e até a respiração estava contida, com medo de me assustar. Finalmente, apareceu uma luz no horizonte. Lembro-me daquele momento com clareza. Ela parou, olhando para o contorno à frente, com os olhos um pouco úmidos. Eu também não sabia se estava amanhecendo ou se ela estava exausta. Eu a observei, e ela se virou para me sorrir e disse: "Hui'er, estamos quase lá." Ela já havia caminhado a noite toda, os limites do seu corpo já tinham sido ultrapassados. Eu sabia que ela estava com fome, sede, frio e febre, mas ela não parou nem um instante. Ela apenas segurava minha mão, puxava-me e caminhava passo a passo. Ao entrar na cidade, o dia estava apenas começando. As ruas ainda estavam muito quietas, e havia um leve cheiro de fumaça de cozinha no ar. A mamãe finalmente parou em frente a uma clínica que ainda não havia aberto, agachou-se e me abraçou apertado. Naquele momento, ela não disse nada, apenas encostou a cabeça na minha testa, respirando suavemente. Sua testa ainda estava quente, seu corpo quase tremia, mas seu abraço era muito quente. Eu ouvi seu coração batendo rápido e forte. Ela chamou suavemente: "Hui'er..." Eu me apoiei em seu abraço, sem dizer uma palavra. Naquele momento, eu não sentia medo, apenas uma grande calma. Não sei se isso é o que chamam de "sensação de segurança", mas eu sei que nós conseguimos superar. Depois daquela noite, minha mãe sempre falava sobre isso com os outros. Ela disse que eu era muito compreensivo, não chorei nem uma vez durante todo o caminho. Ela disse que naquela noite, ela estava prestes a não conseguir mais andar, mas ao pensar em mim ao seu lado, ela tinha que se esforçar para continuar. Ela também disse que aquela foi uma estrada à noite que ela nunca esquecerá em toda a sua vida. Mas ela não sabe que eu também nunca esqueci. Eu me lembro dela agachada na pedra me ajudando a me aquecer, lembro do tom dela dizendo "estamos quase lá", lembro da luz da lanterna balançando, lembro que a temperatura das suas mãos estava ficando cada vez mais fria. Eu também me lembro de não ter chorado. Não porque eu fosse forte, mas porque eu sabia que ela precisava mais de mim para percorrer esse caminho em silêncio. Anos depois, passei por muitas dificuldades e percorri muitos "caminhos montanhosos na escuridão". Mas sempre me lembro, naquela noite, eu tinha três anos, ela estava doente, e caminhamos treze milhas à noite. Ela caminha à frente, eu ando ao seu lado, sem perder um passo. Depois daquela noite, minha infância nunca mais foi a mesma. A mãe costumava dizer: isso é, depender um do outro! Quem pode depender um do outro (Poema que escrevi anos depois) Seguindo a mãe para o campo, o destino está entrelaçado. Procurar médico envolve a noite escura e o breu. Suportar a fome e a sede por treze milhas Três anos de ascetismo, lágrimas ainda não caíram. 来源:https://www.australianwinner.com/AuWinner/viewtopic.php?t=696737 |